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segunda-feira, 25 de abril de 2011

REFLEXÃO ÉTICO-PASTORAL COM CRITÉRIOS DO REINO
                                                                                     

“A vida de Jesus não buscava a reclusão dos monges essênios e nem se pautava pela prática penitencial de João Batista (Mateus 9,14-15). Engajava-se na conflitividade da Palestina de seu tempo. O Filho revela o Pai andando pelos caminhos e, seguido por apóstolos, discípulos e mulheres, acolhe pobres, famintos, doentes e pecadores; desmascara escribas e fariseus; cerca-se de multidões; faz-se presença incômoda nas grandes festas em Jerusalém; enfim, é perseguido e assassinado na cruz como prisioneiro político. (...)” Frei Betto

Por João Mario Sales da Silva


           Já algum tempo venho refletindo sobre o modelo de Igreja, na qual nossas comunidades se tornaram “condenadas” a uma prática pastoral inativa, descompromissada somente com expressões de fé desligada da vida. Não se dá pra imaginar aqui uma vivência cristã politicamente comprometida com valores, que Jesus ardentemente apregoou, defendeu e por isso imolou-se em sua paixão e morte. Estou muito insatisfeito. Fico a pensar o que o Nazareno, Cristo histórico, faria nessas circunstâncias, em tempos de hipocrisia.  Aí me vem à memória, a glória da ressurreição. Jesus venceu a morte, o proselitismo da religião, o poderio do capital. Uma religião desligada da vida não pertence a Jesus Cristo, pois ritos, dogmas, documentos e concílios vieram com a Instituição. Nossas Celebrações devem nos fazer atingir o ápice da ressurreição: “Viver como ressuscitados”.     Eis o desafio do discipulado. Seguir Jesus está além de meros rituais que não nos levam a nada ou que pelo menos saem do campo das idéias. Experimentar Cristo feito páscoa transcende as palavras, transforma a vida e a realidade, nos interpela ao compromisso profético-escatológico: Servir e não ser servido para cumprir toda a justiça! Pois o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida...  Destaco, sob critérios do reino, alguns pontos importantes para a realização e construção do mandato do Nazareno, Cristo histórico, o Anawin de Javé, para nós, seus discípulos hoje:

          1. Crescer na assimilação pessoal das atitudes do Cristo Bom Pastor e no seguimento de sua missão (PDV 12), aprendendo a ter os mesmos sentimentos de Cristo (Fl 2,5);

            2. Crescer no compromisso pessoal no serviço do povo de Deus e na caridade pastoral;

          3. Abrir-se mais à comunhão com a vida do povo, com a comunidade cristã e com o presbitério;

          4. Promover abertura de espírito para outras expressões espirituais, dentro da Igreja católica, e para outras confissões religiosas, numa atitude ecumênica;
           
          5. Ser fermento de transformação da sociedade, pelo testemunho e ação solidária, na promoção da justiça e da fraternidade;

           6. Integrar sua dimensão humano/afetiva nas relações humanas e nos contatos pastorais;

          7. O diálogo, como processo de inter-relação e aperfeiçoamento na convivência humana, pela capacidade de ouvir e responder, na compreensão e estreitamento das relações de estima e amizade;


          Acredito na Igreja/Comunidade onde as experiências pastorais devem favorecer o convívio fraterno com os leigos, ministros e com todo o povo, o conhecimento melhor de suas aspirações religiosas e de suas atividades apostólicas e o desenvolvimento da capacidade de comunicação e relacionamento, por isso, convém que o pastor não se restrinja a atividades já rotineiras ou até burocratizadas, mas procure o contato pessoal, a convivência familiar, as iniciativas espontâneas.
           Dedique especial atenção aos mais humildes e marginalizados, e aos que mais precisam de aproximação solidária e fraterna. E entre os leigos, tenham mais espírito de aprendiz que de mestre. Penso que com esses imperativos poderemos os tornar a verdadeira Igreja de Jesus Cristo. Pense nisso!

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