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segunda-feira, 28 de março de 2011

Por uma hermenêutica pastoral libertadora

*A JORNADA DE CAFARNAUM por Pe. Xavier
Mc 1,21-39 e 2,1-12

Introdução
Após ter chamado Simão, André, Tiago e João como seus discípulos, Jesus os convida a ir com Ele até a cidade de Cafarnaum (Mc 1,21). O evangelista Marcos não fala do motivo desta viagem, mas uma coisa é certa: naquela cidadezinha Jesus e seus discípulos tiveram que enfrentar uma dura jornada. Simão, André, Tiago e João se deram conta, desde o primeiro instante, que seguir Jesus não é moleza. Logo no início tiveram que encarar uma dura lição que passamos a chamar de JORNADA DE CAFARNAUM.
A JORNADA DE CAFARNAUM é um tema que vem me fascinando há muito tempo, pois é um referencial para nossa pastoral. Ela descreve um dia típico de Jesus. Se alguém quiser conhecer como Jesus vivia seu serviço ao Reino no dia-a-dia, não pode prescindir da leitura atenta de tudo aquilo que Ele disse e fez no dia que passou naquela cidadezinha assim como nos foi relatado pelo Evangelista Marcos (1,21-39). Uma leitura atenta deste texto nos permite identificar algumas atitudes de Jesus que podem se tornar um referencial para a nossa vida e a nossa atuação pastoral:

  1. Jesus vai a Cafarnaum, ao encontro das pessoas sofridas (Mc 1,21.32-34): Ele busca o ser humano para marcar presença no seu dia-a-dia. O lugar e a opção preferencial da PAMEN: o ser da PAMEN é estar com as crianças e os adolescentes empobrecidos.
  2. Jesus entra na sinagoga em dia de sábado (Mc 1,21): Ele celebra com a comunidade. A dimensão eclesial da PAMEN: a comunhão e a comunicação com a Igreja local.
  3. Jesus impressiona os ouvintes com a autoridade de seu ensinamento (Mc 1,22). O jeito de ser que dá credibilidade à PAMEN: a melhor pregação é o testemunho da própria vida. O apelo à santidade.
  4. Jesus liberta de tudo aquilo que escraviza e aliena o ser humano, impedindo-o de pensar e agir por si próprio (Mc 1,23-28). A força libertadora e transformadora do trabalho da PAMEN.
  5. Jesus entra na casa da sogra de Pedro (Mc 1,29-31). Da posição horizontal à posição vertical: a verdadeira cura é aquela que põe o ser humano de pé para servir. O exercício da diakonia (serviço) como metodologia de trabalho da PAMEN.
  6. Jesus, de madrugada, se retira no deserto para rezar (Mc 1,35). A espiritualidade que alimenta o trabalho da PAMEN.

A Jornada de Cafarnaum mostra que praticamente Jesus passava seu tempo entre a sinagoga e as visitas às casas do povo; a ação e a contemplação; as atividades apostólicas e os momentos de silêncio; os encontros com as multidões e os momentos de solidão.
Ele tinha tempo para tudo. Não privilegiava umas dimensões em detrimento das outras. Dividia seu tempo entre a Palavra e a ação, entre a oração o serviço. Era justamente o equilíbrio entre todas estas tarefas a razão da qualidade de seu testemunho e da autoridade de sua pregação. Se por um lado, a intensidade de seus momentos de silêncio e de intimidade com Deus qualificava sua ação no mundo, por outro lado o carinho com que cuidava dos outros em seu trabalho pastoral tornava mais autêntico seus momentos de intimidade com o Pai. Trata-se de uma viagem com direito à vida e volta: se é verdade que somente uma profunda experiência de Deus pode dar qualidade ao trabalho pastoral, é também verdade que somente um trabalho pastoral realizado com qualidade garante a autenticidade da experiência de Deus vivida nos momentos de intimidade com Ele e nas celebrações comunitárias.

* Este texto é parte integrante do material da PAMEN trabalhado nos dias 25, 26 e 27/03, no Retiro espiritual para agentes da Pastoral do Menor, animado pelo P. Xavier, acessor nacional da PAMEN.



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