Só é possível agradecer ao Deus da Vida por meio da descoberta da ação divina em cada processo vital e da evolução natural, para que se reconheça, também, o nosso parentesco com toda a vida. A Campanha da Fraternidade deste ano, cujo lema é "A criação geme em dores de parto", mais uma vez quer nos provocar para a mudança radical de atitudes que condenam e violam a vida da criação, do jardim, da comunidade de vida, e também nos alerta: Precisamos cuidar do Jardim", antes que seja tarde!
É na diversidade, ou seja, juntamente com um Deus criativo que podemos agradecer todas as diferenças, completar sua beleza, e nos comprometer em respeitar essas diferenças como sinal da beleza e da grandeza do Criador e nos assumirmos como Co-criadores da Comunidade da Vida, como jardineiros do Éden, especialmente preocupados com a diversidade biológica e com os processos naturais que sustentam a vida. É preciso criar uma nova mentalidade, para entender e resgatar o equilíbrio das relações, tanta humana quanto cósmica. E foi exatamente nesse esforço que tanta gente ajudou a construir a Carta da Terra, que segue:
CARTA DA TERRA
A Comunidade da Terra encontra-se em um momento de definição. A biosfera é governada por leis que ignoramos em detrimento de nós mesmos. Os seres humanos adquiriram a habilidade de alterar radicalmente o meio ambiente e os processos em evolução. A falta de previsão e a má utilização do conhecimento e do poder ameaçam a fabricação da vida e as fundações da segurança local e global. Existe grande violência, pobreza e sofrimento em nosso mundo. É clara a necessidade de uma mudança fundamental.
A escolha está diante de nós: proteger a Terra ou participar de nossa própria destruição e da diversidade de vida. Devemos reinventar a civilização industrial e tecnológica, encontrando novos caminhos para equilibrar o ser e a comunidade, o possuir e o ser, a diversidade e a unidade, curto prazo e longo prazo, utilizar e nutrir.
No meio de toda nossa diversidade, somos uma humanidade e uma família da Terra compartilhando um destino. As ameaças com as quais nos defrontamos requerem uma visão ética global. As associações devem ser constituídas e a cooperação deve emergir em níveis locais, bioregionais, nacionais e internacionais. Numa interação solidária e com a vida em comunidade, nós, os povos do mundo, nos obrigamos a agir guiados pelos seguintes princípios que se inter-relacionam:
1 - Respeito à Terra e a todos os meios de vida. A Terra, cada forma de vida, e todos os seres vivos possuem valor intrínseco e devem ter a garantia de serem respeitados independentemente de seu valor utilitário para a humanidade.
2 - Cuidado com a Terra, protegendo e resgatando a diversidade, a integridade e a beleza dos ecossistemas do planeta. Onde existe riscos de danos irreversíveis ou graves ao meio-ambiente, medidas preventivas devem ser tomadas para prevenir o mal.
3 - Viver de forma sustentável promovendo e adotando meios de consumo, produção e reprodução que respeitem e protejam de maneira segura os direitos humanos e as capacidades regeneradoras da Terra.
4 - Estabelecer justiça, e defender sem discriminação o direito de todos os povos à vida, liberdade e segurança da pessoa dentro de um meio-ambiente adequado à saúde e bem-estar espiritual humanos. Os povos têm o direito à água potável, ar limpo, solo descontaminado e alimento.
5 - Dividir igualmente os benefícios da utilização de recursos naturais e de um meio-ambiente saudável entre as nações, entre ricos e pobres, entre homens e mulheres, entre gerações presentes e futuras e assumir todos os custos do meio ambiente, sociais e econômicos.
6 - Promover o desenvolvimento social e sistemas financeiros que criam e mantém as existências sustentáveis, erradicam a pobreza e fortalecem as comunidades locais.
7 - Praticar a não-violência, reconhecendo que a paz é um absoluto criado por relações harmoniosas e equilibradas consigo mesmo, outras pessoas, outras formas de vida e a Terra.
8 - Fortalecer os processos que impulsionam as pessoas a participar efetivamente na tomada de decisões e assegurar a transparência e a prestação de contas na gestão e na administração de todos os setores da sociedade.
9 - Reafirmar que os Povos Indígenas e Tribais têm um papel vital no cuidado e proteção da Terra Mãe. Eles têm o direito de terem resguardados sua espiritualidade, conhecimento, terras, territórios e recursos.
10 - Afirmar que a igualdade de raças é um requisito para o desenvolvimento sustentável.
11 - Garantir o direito à saúde sexual e de reprodução com preocupação especial para com mulheres e meninas.
13 - Promover e colocar em uso conhecimentos e tecnologias científicas e de outros tipos que resultem em vida sustentável e protejam o meio-ambiente.
14 - Garantir que os povos no decorrer de suas vidas tenham oportunidades de adquirir o conhecimento, os valores e as habilidades práticas necessárias para construir comunidades sustentáveis.
15 - Tratar todas as pessoas com compaixão e protegê-las da crueldade e destruição premeditadas.
16 - Não fazer ao meio ambiente dos outros o que você não quer ver feito em seu meio-ambiente.
17 - Proteger e restaurar lugares significantes quanto aos sentidos ecológico, cultural, estético, espiritual e científico.
18 - Cultivar e agir com um sentido de responsabilidade compartilhada, para o bem-estar da Comunidade da Terra. Cada pessoa, instituição e governo tem o dever de atuar no sentido de obter as metas indivisíveis de justiça para todos, sustentabilidade, paz mundial, respeito e cuidado para a maior comunidade da vida.
Apoiando os valores nesta Carta, poderemos crescer dentro de uma família de culturas que permite que o potencial de todas as pessoas aflore em harmonia com a Comunidade da Terra. Devemos preservar uma fé muito forte nas possibilidades do espírito humano e um sentimento profundo de pertencer ao universo. Nossas melhores ações englobarão a integração do conhecimento com compaixão.
Versão condensada - www.preservaçãolimeira.com.br
"Vamos alimentar a alma, o desejo e o coração.
Pois a vida nos convida: Ser Sementes de transformação." João
A vida se faz de sonho e poesia...
... pra num se desistir da luta pela transformação!!!
“pois num é o muito saber que sacia e satisfaz a pessoa, mas o sentir e saborear as coisas internamente.”
“ Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”
Le Petit Prince – Saint-Exuperi.
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